Claudio Milton Cassal de Andrea

Ivânio Branco de Araújo - 10 anos

Por Claudio Milton Cassal de Andrea
Cirurgião dentista aposentado
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Só morremos quando somos simplesmente esquecidos. (Sócrates)

Foi no dia 22 de novembro de 2012 que terminou o ciclo terreno do grande amigo e irmão Ivânio Branco de Araújo. O número 22 fazia parte da história de sua vida: nascimento, partida, placa do carro e dia que o filho nasceu.

Não éramos irmãos de sangue, mas com toda a certeza éramos siameses ligados pelo coração. Como profissionais, foram 33 anos vividos diariamente, o que me garante que durante este período fui testemunha de uma face do Ivânio que muitos não a conheceram.

Tive o privilégio de ser o protagonista de sua entrada para o nosso querido Xavante. Foi o presidente Solon Brito, em 1966, que o contratou como médico. Era o seu primeiro salário prestando serviço. Não demorou muito a inversão se deu, o Ivânio trabalhava e ainda pagava ao Brasil.

Contava que quando recebia os prêmios pelas vitórias, ele os doava às funcionárias da enfermaria da Santa Casa durante os plantões. Desde aí houve uma mudança radical em seu DNA, que passou a ter um amor a “fundo perdido” pelo Xavante e, em 1976, galgava a presidência do clube e se tornava campeão da cidade num jogo histórico realizado na Avenida.

Surgiu a Opep e a ela a responsabilidade por todas as grandes decisões do G.E. Brasil por muito tempo. Por sua timidez, fugia de entrevistas e isto o fazia ter uma imagem de uma pessoa de difícil acesso. Não passava de um grande teatro. Posso assegurar como testemunha ocular de inúmeros gestos de solidariedade a terceiros que somente pessoas de alma caridosa são capazes de realizar.

Ainda no dia de sua partida, nos reunimos nas dependências do posto Paulo Moreira. Era um ritual diário de um grupo de setentões permeado com outros mais novos. Desta turma, Cheda (José Antônio Alam), Peixe Dourado (Milton da Silva Peil) e o Magro (José Carlos Almeida) já se encontram com ele no reino dos céus.

Ali eram defendidas teses sobre o futebol com discussões acaloradas, dedos em riste, gestos e ditos que aqui não venho mais, mas tudo não passava de uma farsa e com tempo de validade efêmero de alguns minutos.

Por todos os ambientes que ele transitou, jamais será esquecido. A retidão, a ética sempre o acompanhou. Era a sua verdadeira marca.

Deixa em nossas memórias o marido exemplar, o irmão presente e carinhoso, o pai e avô de um amor sem limites e amigo dos amigos a quem ajudava sem esperar retorno.
Esteja com Deus!

Do amigo sincero e de sempre.​

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